31.7.08



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= WOODSTOCK CANOAS!

O sonho não acabou. Claro que, a essas alturas, ele já adquire contornos de pesadelo. Como prova o WOODSTOCK CANOAS que acontece nos dias 9 e 10 de agosto, coincidência ou não, o mês do terror. Nada menos que 150 bandas numa iniciativa, segundo os organizadores, "inédita no Brasil inteiro". Já avisei aqui na produção que, caso as estagiárias não se comportem, vou mandá-las cobrir o evento. Aí embaixo, o cast do festival. Criatividade é que não falta na hora de dar nome aos bois, digo, bandas. Já tenho meus prediletos: Xaninha Careca e Steal my Stylleto.

Ei-los, os bois:

Jardim Elétrico, Bulldog, Carcoma, Stratosfera, Ravana, Razão Zero, Xeque-mate Calça Justa, Roler Coaster, Alcaphones, The Modê, Chips, Inflamáveis, Desbitolados Kerosene Diesel, Opito, Frango Alpha, Sempre Delicados, DKLC, Clover, Marco Zero, Vibração Positiva, Bleach Nirvana Cover, The Medleys, In-Perfeição, Os Sujos, Clã Mcloud, Kabedal, Chase, Ventilação Mecânica, Nefastos, Lucina, Xalamasteo, Dedo do Meio, Forbidding, The Efficients, CHC, ICH, Barones, The Marvins, Kórin, Malka, 05, Paylester, Fantástico Mundo de Débi, Softworld, Resistência Punk, Chapo Punks, CAD, Desmobilizadores, The Madrugas, Paradoxo Nervoso, Sleeping Bags, Rockfort, Xaninha Careca, MadeCrooked, Katiamani, Paradoxo 53, Red Ballons, Nunca Mais, CoopetNext, CNPJ, Holiday (Poa), Third Rate, Loading, Falha Critíca, Inchrist, Réus Anjos, Wild Texas, Cheyenne, Steal my Stylleto, TetrarkaCrucifixion BR, Desprezo e Ódio, Illuminatta, Fenrier, Sastras, Angel's Grave, Constant Turbulence, Dead Dog, Tattoomotor, Ethernnia, Rhuina, Felid Dragon, BorealAxon, Banda 0,64, Parkson, Kulagina, N'rok, Prophajnt, Bidis, Tia Ema, Holliday (Canoas), No Class, Le Franc Posts, Boneca di Pano, Tracy, Yokohama, The Zumbillys, Mondeos, Cor do Invisível, Gramofonicos, Nebacetin, Abeck 7 Rock, Leres, Estilo Próprio, Freak Brotherz, Xalaman e Cia Ltda, Le Chevais, Elemento Zero, Os The Freaks, Off Set, Os Trepidantes, Thedyo, Júnior Healy e Banda, Súditus, Exonera, Os Mesmos, Debray, Maggic Mountain, Indra, Delenial, Shephia, Harmona, Lorry, Otto, Linki, Inbox, Stentor 13, Deslados, Fake True, Identidade, OcultaRuler, Natasha, Dante 101, The Breack, Over Feeling, Scrimon, Zero Killer, Outono, Cacto Rosa, Gravidade Zen, Oscilantes, Caronna, Superhist, Procurados Rock'n'roll, Mercedez, Los Arcaides, Voz Tua, Amigo Lagarto, Mamma Nox, Cego JoãoRaiana, Clandestinos, Pólvora.

28.7.08



Don't stop 'til you get enough...

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21.7.08


Ooh, I love it...

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16.7.08

JAMES MURPHY & PAT MAHONEY NO BRASIL

Yeah, tá confirmado! James "Jistsu" Murphy e Pat "Dad Disco" Mahoney, respectivamente o cérebro e o coração do LCD Soundsystem, vêm ao Brasil em outubro mostrar seu DJ set furioso à base de pérolas esquecidas da disco music. Uma mostra do trabalho da dupla pode ser conferida em Fabriclive #36. Lançado no ano passado, o CD integra a série de registros de DJ sets do legendário clube londrino Fabric.

Murphy e Mahoney tocam, dia 03/10, na festa de aniversário de 3 anos do clube Vegas, em São Paulo, e, na noite seguinte, no Rio, na festa Combo, no Lounge 69. Aí embaixo o line up da festa no Vegas, que também inclui o Glass Candy do selo nova-iorquino ultra-cult Italians Do It Better.

Pista 1: 0:00 as 1:00 Andre Juliani: / 1:00 as 2:30 Glass Candy (Italians do It Better / NY (em destaque) / 2:30 as 5:30 LCD James Murphy & Pat Mahoney (LCD Soundsystem) special disco DJ set (DFA/NY) (em destaque) / 5:30 as 7:30 Mau Mau
Pista 2: 0:00 as 1:00 Luca Lauri 1:00 as 2:00 / Magal 2:00 as 4:00 / Efedemin (Dial - Alemanha) (em destaque) / 4:00 as 6:00 Ewan Person (Kompakt - UK) (em destaque) / 6:00 as 7:00 Camilo Rocha

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14.7.08

Because glamour is my midle name...

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8.7.08

FRONTEIRAS FOR DUMMIES: BEATRIZ SARLO E AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA

Tanto tempo sem escrever que temia ter perdido o traquejo. O blog sobrevivendo miseravelmente à base de flyers e releases de divulgação. Contribuiu pro, digamos, recesso ter perdido a conferência da última semana com Ayaan Hirsi Ali, cerejinha no grande bolão do Fronteiras (cachê de 80 mil dólares, dizem). Orbitando na blogosfera leio que a escritora e política somaliana, que sofreu com o regime misógino do fundamentalismo islâmico e foi ameaçada de morte por sua postura crítica em relação a ele, sentou o pau na idéia de multiculturalismo. Provocador, no mínimo. A frustração de perder uma fala tão interessante deixou seqüelas numa preguiça monumental de articular qualquer frase inteligível (a sorte foi uma foto posando de sleeveface, tirada na casa de um amigo, que deixou este Foguete com um arzinho mais up to date). Mas é chegado o momento de enfrentar o monstro.

Não sem antes relatar as devidas conspirações do universo (contra e a favor):
A primeira foi quando, durante o check in no setor de imprensa, dou conta de que esqueci minha credencial – bem como a mochila na qual ela estava dentro – no carro da colega de trabalho que me dera uma carona. Credencial, mochila, além da carteira e das chaves de casa. Ou seja: uma bela duma cagada.

Infortúnio consumado e eu pensei:

Que se foda.

E decidi assistir às palestras, a mochila e minha vida dentro dela que esperassem. Mesmo sem a credencial, entrei sem problemas, nada como ter bons contatos. O problema veio quando a escritora e crítica literária argentina Beatriz Sarlo, começou sua fala A literatura e a arte na cultura da imagem. Citou o ano de 1929 e eu já sabia que falaria do rádio como a invenção tecnológica que permitiu comunicação simultânea e à distância entre os homens. Como bem observou um amigo na saída do auditório, a professora não disse nada que a gente não tivesse dado conta sozinho, ou discutido com alguém em mesa de bar, sala de aula ou outro local de aprendizado. Falou da cultura das celebridades que se globaliza pelo mundo nas mais diversas nacionalidades, de Bollywood ao Projac. Mencionou, é claro, o Grand Hermano, o programa de tevê fetiche entre acadêmicos das mais diversas áreas do conhecimento, hit número um em teses de mestrado, doutorado, monografias, ante-projetos e afins.

Nesse ponto eu só pensava na mochila e no enorme trabalho que daria recuperá-la. Não conseguia mais prestar atenção na fala óbvia da senhora Beatriz porque ficava o tempo todo lembrando o quão retardado eu tinha sido a ponto de tê-la esquecido no carro de uma colega de trabalho de quem nem tinha o telefone. Foi quando meu bom contato no Fronteiras chegou carregando a segunda conspiração do universo, na forma da mochila que minha gentilíssima colega de trabalho tinha acabado de deixar na recepção.

Meu humor melhorou apesar da palestra ter seguido naquela linha insípida tipicamente acadêmica. A coisa foi temperada (uma pitadinha, no máximo) quando a professora citou a elite social e cultural (não necessariamente econômica) e sua predileção por manifestações artísticas consagradas, em detrimento à produção das vanguardas que romperam a unanimidade entre público e crítica. Beatriz Sarlo ainda destacou o caráter pré-falkneriano da literatura latino-americana que teve seu boom na metade do século XX. Uma literatura aos moldes da praticada no século anterior ao de sua criação, que "arruma o mundo e tranqüiliza o desenlace". No caderno que extraí da mochila anotei: "esperança estética". A professora afirmou que a crise da cultura é a crise da escola e em seguida se mostrou otimista com o futuro da literatura e do mundo dizendo que "esperar pela próxima leitura [que revolucione o campo da criação literária] é como esperar a forte intervenção política que libertará os povos e públicos". Grifei a palavra esperar, repetida duas vezes, e pensei que a senhora Beatriz era uma mulher paciente demais, observando o mundo desde sua cátedra.

Eu sabia que o Affonso Romano de Sant’Anna pertencia a tal da elite social e cultural que a senhora Beatriz citara momentos antes. Imaginava-o crítico em relação a certas manifestações da arte contemporânea, mas não supunha que pregaria um retrocesso tão grande, a um tempo anterior à "abertura da caixa de Pandora da não-arte do dadaísmo" (admito: reacionário, mas ótimo frasista).

Em roupas negras, com lustrosos sapatos de salto, o poeta e professor sugeriu que as pessoas no auditório fizessem exercícios de alongamento, "como nas fábricas chinesas", pra se preparar pro que ele tinha a dizer. O pronunciamento, com o título triplo de Alguma coisa não vai bem/Na proa do Titanic/Em busca de uma outra episteme, havia sido extraído de seu próximo livro "O enigma do vazio" e buscaria problematizar a cultura do nosso tempo.

Para Sant’Anna, as proposições que anunciaram a morte de Deus, da arte e o fim da História criaram uma série de "objetos desagradáveis" e de "pretensiosas trivialidades". Segundo ele, há uma exaustão do paradigma que dominou o século XX, os sintomas dessa canseira verificados na falência de um modelo estético fascinado pelo erro e pela desordem, centrado na neurose, no vício e na ideologia.

Exibindo um conhecimento enciclopédico, Sant’Anna listou dezenas de filósofos - tanto pensadores críticos ao novo modelo paradigmático quanto àqueles que o enxergam de forma positiva. A negação do paradigma clássico é o novo paradigma, que passa por questões puramente pessoais. O século XX trouxe a derrocada da grande teoria da arte, que perdurara 2400 anos, desde a Grécia Antiga. A física quântica, a filosofia de Nietzsche, o marxismo, a psicanálise e o dadaísmo foram as armas que ajudaram a derrubar o velho paradigma de beleza.

"Graças ao relativismo da física quântica, vivemos o domínio da incerteza."

"O pensamento de Nietzsche, o filósofo quântico, está na base dos sofistas que dizem não haver verdade."

"O marxismo e a psicanálise já sofreram suas revisões, agora é a vez da arte moderna ser revista."

"Desde o dadaísmo, arte é o que qualquer um diz ser arte. Trata-se de ver significado em qualquer insignificância."

Desprezou o que chamou de "certeza da incerteza" e defendeu que ordem e conseqüência estão na base da vida.

"Na desordem existe também uma cota de incompetência."

Usando gestos largos e expressões bombásticas, Affonso Romano de Sant’Anna parecia um ator, algo entre Raul Cortez e Bela Lugosi. Chamou Duchamp de grande mentiroso e zombou de Beckett:

"Depois do fim do jogo, há de se recomeçar o jogo."

Definiu a produção intelectual e artística de hoje como a "poética da dispersão", "a teorizar jubilosamente" a morte da arte, do romance, de Deus e do homem. Para ele a tanatomania define o século XX, um vasto "cemitério niilista" de culto à desordem, a violência e a destruição.

"O novo paradigma é a reinvenção do jogo", proclamou. E finalizou, retumbante:

"É preciso voltar cem anos!"

Não foi exatamente o fim da conferência, mas a frase ficou ecoando na minha cabeça, de modo que não consegui mais acompanhar o que ele dizia. Propor um novo jogo ao fim do jogo me parecia uma boa tentativa de seguir jogando, mas querer voltar às regras de um passado parnasiano de perfeição era um anacronismo inaceitável. A arte é um produto do homem em seu tempo e, se um determinado paradigma estético é derrubado, não foi por simples birra de um bando de intelectuais suicidas, cínicos e debochados. Quem sabe o paradigma não dava mais conta da realidade que os artistas tentavam representar... As premissas dadaístas que foram dar na arte de nossos dias têm como conseqüência lógica o fim da própria arte, mas e daí? Talvez seja necessário ao homem superá-la. Eu ficava com Duchamp: num mundo marcado pela desigualdade e pela intolerância, prefiro o cinismo da piada à hipocrisia da grande arte como receptáculo de beleza, justiça e verdade.

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7.7.08

Diversão garantida ou seu dinheiro de vodka...

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3.7.08

Sleevefacing

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