18.2.08

HERE COME THE WARM JETS (1973)
Brian Eno

Em 1973 o Roxy Music era pequeno demais pro brilho de suas duas estrelas de mesmo nome. O grupo, uma das formações seminais do glitter rock britânico, era liderado pelo vocalista e compositor Brian Ferry e tinha em sua formação outro Brian, o Eno, que se dividia entre teclados, sintetizadores e traquitanas eletrônicas de toda sorte. Depois do lançamento do segundo álbum do grupo, For You Pleasure, Ferry expulsou Eno da banda.

Ainda no mesmo ano, Eno se juntou ao mago das guitarras Robert Fripp em No Pussyfooting, um disco totalmente experimental de apenas duas longas faixas, cheias de ruídos e loops. Só então se aventurou em carreira solo, e o fez em grande estilo com o excelente álbum de estréia Here Come The Warm Jets. O disco é um amálgama de art-rock, glam, pop sessentista e experimentalismos eletrônicos, dosado com o humor inteligente de Eno.

A primeira faixa do elepê, “Needles in the Camel’s Eye”, com vocais gritados e guitarras nervosas, foi usada na abertura do filme Velvet Goldmine (1998), de Todd Haynes, um musical sobre a era glam. Outros destaques são “Baby’s on Fire”, com participação de Robert Fripp; a balada esquizóide “Driving me backwards” e a faixa-título, uma prova de que a música pop pode ser também sofisticada e experimental.

O disco foi o primeiro de três álbuns brilhantes que Eno lançaria nos anos seguintes e teve grande influência no pós-punk e na new wave. Com a entrada dos anos 1980, o artista iria se aprofundar cada vez mais em experiências com música ambiental e artes visuais até, finalmente, abandonar a produção roqueira. Mas aos 35 anos de seu lançamento, Here Come The Warm Jets, permanece tão contemporâneo e inovador como se tivesse sido lançando ontem.

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